terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Vinte e Três de Fevereiro.

É curioso como construímos uma memória à volta de um filme que depois, ao revê-lo, não vamos efectivamente encontrar.
Ontem foi um dia cruel, porque nulo. Decidi à noite ver uma das últimas obras de Elia Kazan, "The Arrangement". Tinha uma memória confusa de um Kirk Douglas e uma Faye Daunaway a passear nihilisticamente à beira-mar num apartamento em construção. Não havia nenhum apartamento em construção em duas horas de filme. À beira-mar havia pedaços de filme com uma seminudez atípica - porque em Elia Kazan. Numa espécie de aggiornamento. E, como alternativa, junto a um pavilhão já construído Kirk Douglas passeia mas com a esposa eternamente humilhada, uma Deborah Kerr a quem ele não pára de maltratar, chegando ao ponto de a insultar dizendo-a mais bonita do que! Meu Deus! Duas horas de um angustiado, autobiográfico e aborrecido filme. Safava-se a Faye Dunaway, claro! Vinte e sete anos de Faye Dunaway!


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