quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Vinte e Cinco de Fevereiro.

Ontem aconteceu uma coisa engraçada. Enquanto esperava no corredor da Estomatologia que a minha filha fosse agraciada com a superior atenção do seu Estomatologista, meu antigo Professor, comecou a nevar. Entenda-se que aquilo que eu chamo nevar, e que efectivamente aconteceu, foi apenas uns fiapos de neve que desceram do céu durante uns meros cinco minutos e que mal tocavam no chão desfaziam.-se em água. O Hospital de que falo fica numa zona alta e que já foi desabrigada. E não é a primeira vez que nele vejo nevar: é a segunda. Foram escassos minutos mas serviram para que o meu antigo Professor e Amigo brincasse: "Está a ver, este serviço é tão bom que até tem efeitos especiais, contratados de propósito para o dia em que a sua filha nos visita!".

E talvez seja assim a felicidade, cinco minutos.

Hoje, porém, lembrei-me de outra coisa, neste caso de um livro, e um livro que já li mais do que uma vez, "O Raio Verde", de Júlio Verne. É uma história de amor e gira em torno de um muito improvável "raio verde" que - só em circunstâncias muito especiais - o Sol emite logo antes de se esconder de vez para lá do mar, no crepúsculo. O "raio verde", uma improbabilidade da física, servirá de testemunha abonatória para um amor maior do que o tempo, uma improbabilidade da química. Portanto, é talvez possível que a felicidade possa durar mais do que cinco minutos. Em alguns casos, pelo menos.

O que sim tenho dúvidas é se mereço, sendo eu um fugidio e instável elemento desta má espécie humana, as palavras que hoje ouvi.

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