Abro a porta:
Ao lado um banco de granito.
Sento-me.
Amanhã há mais.
#
Chama-se uma sombra.
Sei como se faz.
#
A idade um açaimo.
#
No fundo uma cama, via.
#
Um desencontro extenso, era.
#
Desliga-me esta máquina.
#
Irei ceder ao ínvio folclore?
#
E para ti uma sanguínea.
#
Élitros convinham.
#
O caminho para o silêncio procuro.
Gostava, por ex., de saber
Rumorejar.
Ou de, silente e de bicicleta,
Desaparecer rumo ao ocaso.
#
Os anos berbequins.
#
A mais tardia hora foi,
"Agora que penso",
Antes.
#
Na ponte passam pessoas.
Para umas terá valido
A pena. As outras nada
Dizem ou sou eu que não
Ouço. Ouço
Obras...
#
Uma igreja vazia, ergo perfeita.
#
O uníssono às vezes acontece,
Mas não exageremos.
#
Idem o simultâneo.
#
E foi quantas vezes?
Esta.
#
A expressão determinada.
A comparação determinando.
#
Era uma película branca: raspar
Ou escrever por cima?
Decidir: uma porta
Giratória.
#
Era uma loja inconveniente mas
Apenas objecto de
Pequenos furtos.
#
A bolsa e a vida não cabiam naquela porta.
E ele então escolheu.
#
Conclama, conclama.
Isto não muda!
#
Possa poder tudo o que pode.
#
Apagar os fogos com infusas será a solução?
#
A fome fonte de enganos? Não,
Ciência exacta!
#
Ausculto o coração uma e outra vez:
Nenhuma opinião obtenho.
#
A rua não era íngreme, portanto...
#
Espancamento. Redução. Isso.
#
A memória salva-me um pouco.
Como: uma ameaça nunca tem
Perdão.
#
O entretecido é que nos
Trama.
#
O amigo mais pontual devia
Receber um prémio.
#
Diário de uma exclusão, isto.
#
Mãos sobrevivas.
#
Como ao betão pré-esforçado
Podiam ter-nos avisado.
#
A casa na árvore tem uma janela que está
Sempre aberta para todas as coisas boas.
#
Quando um poema diz "homem" cada dois
Parágrafos começo logo a ficar nervoso:
Lá vem a "A Internacional"a seguir!
#
E é isto.
Sem comentários:
Enviar um comentário