"Tem alojamento para mim, para estes miúdos e para o cão? - perguntou ele.
- Recebo pessoas, mas não animais - respondeu o estalajadeiro.
- Então não fica cá nem o homem nem a sua comitiva - tornou Moutier, voltando a por-se a caminho.
O estalajadeiro viu-o afastar-se com desgosto. Pensou que tinha sido tolice não receber um hóspede, só porque ele não se queria separar das crianças e do cão. Talvez até fosse um hóspede que pagasse bem.
- Venha cá, ó senhor! - gritou ele, correndo atrás de Moutier.
- Que é que quer? - perguntou este, voltando-se.
- Afinal sempre posso dar-lhe alojamento.
- Guarde-o para si. Já não preciso.
- Olhe que não encontra por aqui melhor hospedaria.
- Pois que aproveite aos que ficarem na sua casa.
- O senhor não vai fazer-me a desfeita de recusar o alojamento que lhe ofereço.
- Vocemecê também mo recusou quando lho pedi.
- Desculpe, mas não tinha reparado em quem o senhor era. Falei depressa demais.
- Eu também não tinha reparado em vocemecê, mas agora, que o vejo melhor, agradeço-lhe ter falado depressa demais, e vou procurar alojamento noutro sítio."
Condessa de Ségur, A Pousada do Anjo da Guarda.
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