domingo, 15 de maio de 2016

Catorze de Maio.

Ontem foi Treze de Maio. E sexta-feira. Grande notícia a incerteza sobre a vinda do Papa Francisco ao Santuário, para o ano que vem. Outrossim não é revelado o lucro anual do Santuário. Que - o milagre que subjaz - para o ano vai ser Centenário. Mas não há milagres. E ontem ficou mais uma vez ratificado.
A D.Rosa tem 75 anos. Mulher de um homem só, cinquenta anos. Casado ele mas não com ela até há pouco tempo. Morreu-lhe a esposa, mudou-se para a casa da D.Rosa. Mais velho uns anos. "O amor é cego e foi para ali que eu virei", "mas estou cansada, ele a cantar de galaró e eu tão habituada a estar na minha casa sozinha!". Se ele repetir ela põe-no no olho da rua. Mulher de um homem só, mas não é parva.
O Sr. Paiva pediu-me ajuda para uma coisa: religioso, reza as suas orações todas as noites. Duas, mais precisamente. A primeira sai-lhe muito bem. Quer arrancar com a segunda e não se lembra, hesita, engana-se nas palavras. Corrigi-lhe a dose da sertralina matinal. Conversei com ele um pouco sobre a fisiopatologia da memória e ele pareceu-me que entendia.
Em Bertiandos está o Pai de todos os solares minhotos, o Solar de Bertiandos. A torre central é quinhentista e a esta estão acoplados não um mas dois solares, pois a família numa determinada fase era constituída por dois ramos desavindos, no séc. XVIII, época da edificação das duas semi-casas. Que se equilibram uma à outra, a torre no meio do xadrez como âncora.
A frente do Solar é o postal de muitos conhecido. Rodeei por poente e cheguei a um portão de serviço que estava amplamente aberto. Entrei um pouco. As várias dependências de serventia para a casa agrícola não destoavam, antes completavam o conjunto. E assim fiquei a saber que o Solar de Bertiandos não é só uma fachada mas um todo coerente. Assim quem mais?

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